sexta-feira, 4 de maio de 2012

Segunda visita a dire straits por Camila Bernardini




Já havia se passado dois meses desde que Camila fora para Dire Straits. O fato é que naqueles últimos dias não conseguia tirar aquela estranha cidade de sua cabeça. O estranho acontecimento no parque, as pessoas que conheceu. Tudo pedia para que ela voltasse ali. Pensando nisso, decidiu levantar-se da cama e ir naquele mesmo momento. Olhou pelo vidro de sua janela, a chuva forte continuava caindo sem mostrar a mínima intenção de parar ou diminuir, mesmo assim decidiu arriscar e claro que isso não a impediria de ir com sua moto, fiel companheira de estrada.
Vestiu uma roupa que a protegesse do frio e partiu. Enquanto em alta velocidade, corria pela estrada, deixando tudo o mais para trás, sentiu-se bem. As grossas gotas de chuva que caiam pelo seu corpo não a incomodavam, pelo contrário dava um sabor a mais de aventura. Era assim que se sentia, amava viajar e sua moto. Tinha uma vida meio solitária, mas sabia que assim não sofreria tanto como já sofreu um dia. Viu então a placa que deseja Boas Vindas a cidade, que a fascinará e a atormentará em alguns pesadelos após te ido embora de sua primeira visita a ela.
Foi diminuindo a velocidade, para percorrer as ruas com tranqüilidade. Pegou uma avenida que parecia ser a principal, logo achando um hotel. Resolveu parar ali para tomar um banho e por uma roupa seca que colocará na mochila. Depois ia ver se encontraria algo para fazer, achando meio difícil por já ser altas horas da madrugada. O recepcionista do hotel era um homem estranho (mas isso ela já achava normal, tudo naquela cidade fora estranho para ela). Pediu um quarto, e sem mais conversas subiu. Estava louca para tomar um banho.
Saulo, porém, assim que viu a garota entrar no elevador, pegou o telefone ao lado da mesa da recepção e discou para Sarah. Quando finalmente alguém atendeu era uma voz sonolenta e irritada.
-Alô, o que você quer essa hora?
- A garota voltou esta no hotel que eu trabalho.
-ótimo, me mantenha informada.
Sarah desligou o telefone sem nem agradecer. Saulo odiava aquela forma dela tratar seus discípulos, só não falava nada, por que sabia que tinha que respeitar sua sacerdotisa. E outros que tentaram desafiá-la tiveram um fim trágico. Ele não queria perder tudo que tinha conquistado depois de entrar naquele mundo, que ela o mostrará.
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Camila tomou banho quente, trocando de roupa e logo já estava perambulando pelas ruas. Decidir ir caminhando dessa vez aproveitou que naquele momento só garoava, e um guarda-chuva bastava. Em poucos minutos encontrou uma espécie de bar, com uma grande placa escrito fênix. Viu muitas pessoas do lado de dentro, devia ser um lugar legal. Entrou no ambiente. A primeira coisa que fez foi observas o local. Sentou em uma mesa após pedir uma garrafa de vodka. Estava distraída com sua bebida, e deixando se levar pelo som da música, não sabia quem cantava, mais era um som de blues gostoso de ouvir, quando uma mulher sentou em uma cadeira na mesma mesa que ela. Camila a olhou era loira, cabelos encaracolados e compridos, olhos grandes e longos cílios, uma boca atraente, alta.
- Oi, sou Sarah!
- Camila.
- Me perdoe por já ir sentando assim, te vi sozinha e achei que talvez quisesse uma companhia.
- Gosto de estar só, existem pessoas que nos roubam da solidão, sem em troca nos oferecer verdadeira companhia.
- Frase filosófica, você que criou?
- Não. Mas desde que a ouvi pela primeira vez, me identifiquei muito com ela. È de um filósofo chamado Nietzch.
- Já vi que gosta de filosofia. Deve ser uma garota misteriosa.
Camila riu:
- Não Sarah! Nem tanto.
As duas continuaram por horas conversando. Camila sempre tinha facilidade em fazer amizade com as pessoas, e todo mundo que acabava de conhecer, na verdade parecia que já conhecia á séculos. Era sociável, e por isso já havia sofrido de mais com pessoas que julgara um dia terem sido suas amigas. Hoje em dia conhecia pessoas, mas não queria mais laços de amor com ninguém.
- Quer ir lá para casa?
- Mas nem nos conhecemos Sarah!
- Vamos? È aqui pertinho depois voltaremos para cá.
Pagaram a conta do bar e saíram. Enquanto caminhavam, Camila encontrou Renan, um dos irmãos gêmeos que estavam com ela no parque no primeiro dia que viera a Dire Straits. Sarah ficou meio aborrecida com o encontro, mas acabou convidando o garoto a ir junto com elas. Assim seguiram os três.
Os dois estranharam a decoração da casa de Sarah; por todos os lados, velas, pentagramas, incensos e coisas do tipo. Era uma ambiente com uma energia um pouco pesada. Ela pediu que os dois esperassem ali, que ia preparar uma bebida. Após beberem, Renan e Camila dormiram, caindo em sono profundo e sem sonhos.

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Camila abriu seus olhos, estava em uma trilha. Na trilha de um parque. Após alguns minutos sem entender, lembrou que estava em Dire Straits. Mas não sabia como havia parado ali. Ao perceber que era o mesmo parque da visita anterior, seu corpo todo se arrepiou. Sentiu medo e dessa vez estava sozinha. Os passos lentos, congelado por um pânico que já dominava, caminhava para tentar sair dali. Foi então que viu a sua frente Marcos. Mas não podia ser. Marcos fora um amigo muito querido que morrerá a dois anos atrás, a deixando com muita saudade. Olhou de novo, seus cabelos negros, longos enrolados, seu nariz comprido e pontiagudo (motivo de brincadeiras da turma na época de escola), sua pele branca e olhos que expandiam tanto brilho que seria impossível de se notar, estava ali a sua frente. Por um segundo ela pensou que também estivesse morta.
- Marcos.
- Vim tentar te ajudar. Quem está me vendo é seu espírito que nesse exato momento está livre da matéria. Seu corpo esta naquela mesma pedra que você viu a garotinha. Junto está Renan e Tamara.
- Mas como?
- Sarah, é aquela mulher de túnica vermelha.
- Mas eu achei que nada daquilo tinha acontecido. Sendo que aquele dia no parque, os amigos de Tamara não haviam sentido o tempo que passamos longe deles.
- Foi um feitiço do tempo feito por eles.
- Eles? Mas quem são eles?
-São adoradores de uma seita. Para você entender melhor, Sarah é uma feiticeira muito forte, tem grandes conhecimentos em magia e nos mistérios que regem a lei da vida e da morte. Ela é única mulher, todos os seus discípulos a protegem, em troca de imortalidade.
-Imortalidade?
- Foi um segredo descoberto pelos gregos, mas tão bem guardado que nem um estudioso jamais descobriu. Diz à tradição que uma vez por mês, sacrificando o sangue de uma criança virgem e oferecendo a Hádes. Ele permite que a jovialidade e o fio da vida continuem existindo a todos que participam desse ritual de sacrifício. E foi isso que você presenciou há dois meses.
- E o que eles querem agora de mim?
-Existe uma forma de todos eles conseguirem ser imortais durante cem anos sem precisarem fazer esse ritual.
- Qual?
- Descobrindo as duas filhas da Lua, que vem a terra a cada cem anos. Sacrificando-as, o poder deles aumentará muito mais.
- Filhas da lua? E o que eu tenho haver com isso? E Tamara e Renan?
- Você e Tamara são as Filhas da Lua! Renan só está aqui por ter te encontrado a caminho da casa de Sarah.
Camila achava difícil acreditar naquela história toda. Mas Marcos estava ali, diante dela não estava? O olhou mais uma vez e só então notou asas saindo de suas costas. Ele percebendo o olhar curioso ao mesmo tempo em que estampando, riu:
- Digamos que sou um Anjo.
- E o que vamos fazer?
- Primeiro tem que voltar a seu corpo. Lá use seus poderes.
- Até minutos atrás eu nem sabia que tinha poderes,
- Saberá usá-los, prometo.
O espírito de Camila, então foi sendo puxado, até entrar em seu corpo de novo. Ela então abriu seus olhos, estava sentindo frio, deitada naquela pedra úmida. Do seu lado Tamara também abria o olho e a olhava. Não fosse a situação abraçaria a menina, que tinha a cativado tanto.
- Vejam quem acordou.
Era Sarah, que esperava que as duas Filhas da Lua despertassem para dar início ao ritual de sacrifício que a deixaria sossegada por um bom tempo. Seus discípulos já estavam frenéticos e ansiosos para se verem livres por um bom tempo. Saulo perto de Sarah sentia-se triste, tinha se apaixonado por Camila. Não sabia como, não tinha tido diálogo ou mesmo contato físico, mas algo mais forte o dominará. Porém não ia abrir mão de nada, para defendê-la. O medo da morte e dos castigos que Sarah poderia fazer que ele enfrentasse era maior.
Sarah lia os pensamentos de Saulo, foi em sua direção e o beijou. Um beijo longo. Ao terminar o beijo, ele já não se lembrava o motivo que o afligirá instantes atrás. Primeiro matariam Renan, a chave menos importante de tudo aquilo. Com sua adaga na mão, Sarah o atingiu no coração, logo em seguida Saulo retirava o corpo de cima da pedra.
Lágrimas escorriam pelos olhos das duas meninas, mas elas não sabiam o que fazer. Tamara no tempo que esteve inconsciente também viu um “Anjo”, mas não sabia como usar seus poderes. As duas por instinto se deram as mãos em um quase gesto de adeus. Nesse momento que se tocara, uma luz muito forte ilumino todo o local. A claridade era tamanha, que pareciam estar à luz do dia. Nesse momento, muitos da espécie de Marcos foram vistos por todos ali presentes. Cada um desses “anjos” carregava em suas mãos uma lança dourada, com pequenos adornos de raios desenhados por todos os seus comprimentos. Muitos dos discípulos de Sarah escondiam os olhos, pois a luz os estava incomodando. Ela mesma não entendia o que acontecia.
Camila e Tamara estavam de pé em cima da pedra ainda de mãos dadas. Sentiam um fluído de energia vindo em todas as direções e entrando por entre seus poros. Olharam para o céu simultaneamente, a lua brilhava forte, e luzes de todas as cores parecia surgir de lá, descendo até elas. Uma dessas luzes tomou forma de uma mulher, com uma beleza tão surreal que fez com que os que pudessem olhá-la, nem desviassem o olhar.
Sarah se congelou ao ver que era Lua. Rapidamente tentou invocar os espíritos das trevas que guardavam todo o conhecimento que sabiam. Alguns vultos negros até surgiram, mas logo sumindo por não suportarem a pureza que emanava daquele lugar. Lua nunca tinha sido disperta a terra antes, o poder dessa nova filha delas era realmente forte. Sabia que o mundo estaria protegido.
Com todos paralisados pelos acontecimentos, nem perceberam que Sarah, ainda com sua adaga correu em direção a Tamara para tentar acertá-la. Porém quando chegou perto, algo inusitado mais uma vez aconteceu. Um rosto surgia entre as luzes, de um homem loiro de olhos verdes:
- Chega Sarah. Chegou seu fim.
Após as palavras, o corpo dela foi perdendo a forma jovial, tornando um corpo velho, mumificado, até cair morta ao chão. Logo, esse processo também acontecia com todos os seus discípulos. Os “anjos” então, cada um deles se aproximou de um dos corpos, atingindo suas lanças no lado esquerdo, onde ficava o coração, logo sumindo de vista dos que continuavam presentes.
Lua, olhou para suas filhas, sorrindo:
- Hora de voltarem para casa.
As meninas então se transformaram em duas esferas de luz, que subiam cada vez mais alto pelo céu, desaparecendo para sempre da existência terrestre.
Marcos com uma lágrima, por saber que onde Camila estava, seria proibido sua visita, gritou:
- Bom dia!
Dessa vez seria mesmo a última que diria isso a ela. Não imaginou que ela ainda pudesse escutar gritando de volta:
- Você realmente é um Anjo.

Isso que dá desmatar a floresta por Camila Bernardini





Algumas lágrimas escorriam pela face de Bukura. Seu ar tristonho chamou a atenção das outras que estavam ao redor. Todas em silêncio a observavam chorar. Uma imensa luz azul invadia o local. E a clareira que se fazia com a luz deixava bem claro o motivo pelo qual aquela pequena fada chorava. Muitas árvores cortadas. Ao lado dos troncos tombados ao chão, que logo virariam móveis ou qualquer outra coisa do capricho humano, alguns homens dormiam despreocupadamente. Homens esses que não sentiam a presença das fadas, que não pensavam, apenas agiam como máquinas destruindo cada vez mais o meio ambiente, com seus desmatamentos desenfreados. Sem sentimento de culpa, sem sentimento algum.
            Carlin e Tatin que já estavam tristes e aflitas de ver Bukura chorar voaram até a árvore onde a pequena amiga estava para tentar confortá-la. As duas a abraçaram, mas nada parecia adiantar. Os soluços e as lágrimas não cessavam.
            - Eu posso tocar a alma destes homens para que eles nunca mais façam isso.
            - Não adianta Tatin, esses homens não têm almas a serem tocadas.
            - Como não Bukura? – perguntou intrigada Carlin
            - Não vejo sentimentos neles, agem como máquinas.
            - Nos explique direito...
            - No decorrer de toda a história o homem sempre ganancioso, sempre destrói tudo ao seu redor em busca de poder, dinheiro. Sempre em busca de algo e nem nota que tudo os leva a destruição. Com isso se esquecem de sentir.
             Tatin ficou abismada, se aqueles homens não tinham alma humana e estavam destruindo seu lar e o de suas amigas. Assim como de muitos outros seres que viviam ali deveriam aprender uma lição. E foi então que uma idéia lhe ocorreu.
            - Vamos falar com Titânia, ela poderá nos ajudar.
            Bukura então sorriu aliviada. Sabia que dariam um jeito de espantar aqueles homens dali. Elas voaram então para o centro da floresta que ainda estava intocado. Muitas árvores, flores, passarinhos e outros animais. Todos seguros no seu lar que logo seria destruído se não dessem um jeito.
            No coração daquele reino verde havia a árvore mais esplêndida de todas. Tinha quase dez metros de alturas, com raízes grosas que se enrolavam muito rumo ao centro da terra. As árvores estavam com as folhas um pouco secas, apagadas devido a ser outono, mas mesmo assim carregava uma beleza admirável. Em cima dela viviam as pequenas fadas que protegiam aquele lugar.
            Pousada em um galho alto estava Titânia, suas luzes coloridas emanavam paz, segurança. Ela era a fada mais sábia, a mais procurada para dar conselhos e seu nome significava mãe terra. Quando as outras fadas se aproximaram sua voz serena disse:
            - Já sei para que vieram, e autorizo que façam. Mas tomem cuidado. Não quero nenhuma de vocês machucadas. Levem Holda com vocês!
            Holda, Carlin, Bukura e Tatin então voaram rumo à madeireira que ficava próxima a região e onde os troncos cortados das árvores iam parar. Em silêncio quando chegaram, aumentaram seus tamanhos para parecerem humanas. Percorreram o lugar que estava vazio, até que encontraram um enorme galpão onde entraram. Lá havia muita madeira, que outrora foram árvores lindas cortadas do lugar onde as fadas moravam.
            Ficaram quietas em silêncio esperando, até que ouviram o som de alguns carros chegando. Pelo cheiro já podiam sentir que era os mesmos homens que viram na floresta. Eles entraram no galpão rindo alto, conversando:
            - Logo vamos acabar com todas as árvores da região. O Reginaldo me ligou hoje e disse que as máquinas chegam depois de amanhã. Com elas nossas produções vão a todo vapor.
            - E vamos plantar sementes no lugar?
            - Ora como você é tolo Adriano. Claro que não!
            - Mas tudo vai ficar devastado e sem vida?
            Reginaldo lançou olhares para seus outros companheiros que riram muito. Ele cada vez se arrependia mais de ter contratado o menino para trabalhar. Mas devia favores aos pais dele, e prometeu arrumar um emprego para o filho. Mas estava cansado dos discursos ecológicos do garoto e de vê-lo chorar sempre que derrubavam uma árvore. Virou-lhe as costas sem responder. Caminhando entre as madeiras, notou que uma sombra corria mais ao fundo do galpão:
            - Quem esta ai?
            Não ouve nenhuma resposta apenas seus amigos que o olhavam intrigado perguntando o que tinha acontecido.
            - Notei uma sombra correndo logo ali. Deve ser algum curioso ou fiscal, vamos lá acabar com a raça de quem quer que seja.
            Com algumas facas na mão Reginaldo e seus homens começaram a vasculhar o galpão. Foi então que com um estrondo muitas madeiras caíram pelo chão. Reginaldo deu um pulo de susto e disse novamente:
            - Muito engraçadinho, melhor se mostrar logo.
            As fadas então saíram de seus esconderijos, e como estavam com seus corpos de humanas logo ouve uma série de assovios.
            - Ora, ora... O que fazem perdidas por aqui?
            Bukura que era ingênua e acreditava que uma boa conversa resolveria tudo disse:
            - Queremos que parem de destruir nossa floresta.
            - A floresta é de vocês? – perguntou Reginaldo
            - Vai ver elas são as guardiãs- disse Adriano
            - Você fantasia de mais moleque. Cala a boca! E o que vão nos dar em troca belezuras.
                        Tatin que ainda acreditava que podia usar seus poderes de sensibilidade para tocar a alma dos homens se aproximou deles. E ao tocar o rosto de Reginaldo, ele tentou beijá-la a força.
            - Me solta!
            - Que isso belezura, nem começamos a brincadeira.
            Holda que já estava inquieta e queria acabar logo com isso gritou
            - Solte-a!
            - Ou o que? – disse Carlos outro do bando.
            Holda fechou os olhos e tudo a sua volta foi se modificando. Uma intensa luz azul brilhava dela. Os homens assustados começaram a ficar inquietos com a ousadia de Reginaldo que ainda agarrava a Tatin pelo braço e não soltava mesmo vendo o que acontecia.
         A luz foi ficando cada vez mais forte e logo eles puderam sentir a intensa ventania ali dentro.  O que todos acharam estranho já que o local estava fechado. Adriano foi o único que sorriu e não sentiu medo. Ele soube naquela hora que essa era a fada Holda. A fada que rege os ventos e as tempestades de neve. Se insultada, ela fica brava com facilidade, é capaz de destruir todo um lugar com suas tempestades.
         O vento ia ficando mais e mais forte. Reginaldo soltou por fim a fada e pediu que parassem com aquilo. Para sua surpresa todas estavam de mãos dadas agora. E em um circulo a luz azul era ofuscante. Ele e seus homens tentavam proteger a visão pois a claridade era tanta que lhes incomodava. O único que não se sentia desconfortável era Adriano.
         As fadas então começaram a cantar uma música em uma língua estranha, nenhuma que fosse conhecida pelo homem. O vento já enfurecido para sair começou a derrubar as paredes do galpão e destruir tudo que tinha ali. A madeireira estava sendo posta para baixo. Reginaldo que tentava se segurar em um tronco cortado de uma árvore perdeu as forças e foi lançado para longe. Lançado para dentro do coração da floresta. Os outros homens ali tentavam se proteger como podiam. O frio então foi chegando e neve começou a cair. Eles viam tudo espantado, como podia cair neve no coração da Amazônia? Tudo foi ficando congelante, e aos poucos parou.
         Carlin então sorriu para Bukura e disse:
         - Agora sim podemos conversar com eles!
         Dirigiu-se aos homens assustados, cobertos de neve que tremiam e disse:
         - Sumam daqui!
         Todos correram assustados e nunca mais voltaram.
         Na cidade próxima aquele local no dia seguinte o casal lia o jornal em voz alta: “Cada vez mais nosso clima esta maluco, tendo tempestade de neve na região. Alguns homens feridos e um ainda esta desaparecido”
         Adriano que acabara de acordar e ouviu o que seus pais diziam riu e comentou:
         - Isso que dá desmatar a floresta!

O sabbath das bruxas por Camila Bernardini

Aqui vai um pequeno poeminha meu para vocês, escrito há muito, muito temp atrás

A magia esta no ar

O sabbat das bruxas

Já vão começar

Com o seu atame na mão

O circulo elas vão começar

Depois cultuam os elementos

o fogo, a água, a terra e o ar

Elas fazem seus pedidos

Para a grande mãe realizar

Elas amam a natureza

E sempre irão amar

las traçam seu destinos

e aprendem a voar

voar com liberdade

Liberdade de sonhar

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Primeira visita a Dire Straits

 
 
 
 
 
 
 
Camila estava andando em alta velocidade em sua moto, por uma estrada que não sabia nem onde a levaria. A noite já ia alta, mas era assim que ela gostava o sabor da adrenalina com a mistura dessa vida noturna, combinação perfeita. O vento batia forte em seu rosto, mas não a incomodava, pelo contrário, á fazia se sentir a pessoa mais livre do mundo. Olhou uma placa que dizia, há duzentos metros entrada para Dire Straits. Não conhecia essa cidade, e decidiu ir até ali, vê se encontrava um bar, e alguém legal para conversar.
Logo à frente, viu a entrada da cidade, diminuiu a velocidade de sua moto, e foi vagando pelas ruas, até encontrar uma espécie de bar que ainda estava aberto. Procurou onde estacionar sua moto e entrou no bar. Observou as pessoas, todas estranhas. Não sabia o porquê de achar aquilo, vai ver que o cansaço já estava fazendo imaginar coisas. Aproximou-se do balcão e pediu uma garrafa de vinho. O garçom logo trouxe a garrafa e um copo, ela sentou em dos bancos, acendeu seu cigarro e bebia. Rolava um som legal, no momento estava tocando speak to me do pinck floyd. Psicodélica total, até que combinava com aquele bar e as caras estranhas.
- Você tem um isqueiro?
Camila então saiu do seu transe momentâneo, e olhou para a garota que pedia isqueiro, acabou se impressionando com a beleza da menina. Estendeu o isqueiro a ela e ofereceu:
- Sente aqui comigo, podemos beber e conversar. Qual o seu nome?
- Tamara.
Tamara era de poucos amigos, uma pessoa fechada e reservada, mas também havia gostado da garota, sentiu que dali poderia nascer uma grande amizade. Camila continuava a olhando, sabia que aquela menina tinha um poder muito grande dentro dela de seduzir as pessoas.
-EntãoTamara, você mora aqui em Dire Straits?
- Moro sim e você?
- Na verdade estou a passeio, estava voando com minha moto pela estrada, quando vi a entrada para essa cidade. Fiquei curiosa.
-Então não conhece nada, nem ninguém aqui?
-Não.
-Mas tarde encontrarei uns amigos em um antigo parque abandonado daqui, era uma reserva florestal. Gostaria de ir?
- Adoraria!
Camila pegou mais um copo com o garçom, e enquanto bebiam, conversaram contando um pouco sobre suas vidas.
- Cá, vamos encontrar o pessoal?
- Vamos de moto?
- Pode ser.
Antes de partirem as duas compraram alguns maços de cigarro e garrafas de bebidas para levarem, colocando tudo na mochila que Tamara carregava.
O parque era em um canto meio afastado da cidade, mas não demoraram a chegar. Encontraram os amigos de Malina a esperando, no que antes parecia ter sido o portão principal dali.
-PÔ, Tamara , demorou!
- Passei em um bar antes, pessoal essa aqui é a Camila.
Um por um foram apresentados. Tiago, e Renan, dois meninos irmão gêmeos, mas não chegam a ser idênticos, super simpáticos e uma garota Laíz, magrela, estranha. Pelo menos foi o que Camila pensou. Feita as apresentações entraram no parque e começaram a caminhar por entre as árvores, o chão estava coberto por um mato alto, sendo que não conseguiam ver onde pisavam. Foram se aprofundando cada vez mais para dentro do parque, até acharem um local, onde conseguiriam sentar. Laíz então tirou um pano vermelho de sua bolsa, estendendo-o para que o pessoal sentasse.
Tamara e Camila, porém decidiram continuar um pouco mais a exploração, achando uma trilha estreita, que parecia ter sido usada há pouco tempo, talvez por algum curioso como eles ali. Decidiram seguir aquele caminho. A trilha parecia não ter fim. As duas caminhavam silenciosas, quando perceberam uma clareira e vozes vindas um pouco mais a frente. Andaram pé ante pé, até chegarem bem perto do lugar. Escondidas atrás de umas pedras viram uma grande mesa de mármore no meio daquele local, onde uma criança que aparentava ter uns cinco nos de idade estava deitada, aparentando dormir, e várias pessoas em voltas, encapuzadas com uma túnica preta, todas as túnicas tinha um pentagrama vermelho desenhada.
Mais a frente da mesa, tinha algo parecido uma espécie de altar, meio coberto por cortinas negras e de onde estavam não conseguiam ver o que tinha ali, só dava para ver que tinha uma pessoa próxima, também vestida com túnica, mas vermelha em vez de preto. Essa pessoa demorou algum tempo ali, até que se aproximou dos outros na mesa de mármore onde estava a criança.
Foi então que as meninas viram, a pessoa segurava uma espécie de punhal em sua mão esquerda, que logo ergueu ao céu, deixando o nessa posição enquanto recitava umas palavras, parecidas com o hebraico. Terminadas as palavras, as outras pessoas ali pareciam entrar em um transe, uma espécie de êxtase, se movimentando para frente e para trás, fazendo sons com suas bocas, parecidos vir do próprio inferno. Não muito demorou e o punhal descia em direção à criança, não chegando até o fim em seu destino pelo grito:
- Não- que as duas garotas escondidas gritaram ao mesmo tempo.
A pessoa de vermelho assustou-se derrubando o punhal. A criança deitada sobre a mesa, com o grito parecia ter saído do seu sono ou transe, levantando da mesa e chorando. Enquanto os encapuzados de preto agarraram-na para que não fugisse. Alguns outros foram na direção das meninas, que começaram a correr.
Tamara que estava com uma bota preta, cano longo e salto agulha, tropeçou caindo.
- Merda.
Camila então voltou para socorrê-la, quando os Encapuzados de preto as agarravam, e as puxavam para o centro de onde tudo aquilo acontecia. Com a claridade, viram que todos os vestidos com túnicas negras eram homens, a única mulher era a de vermelho. Devia ser sacerdotisa daquela seita.
Colocaram-nas no centro da mesa de mármore?
- Como ousam atrapalhar- nos?
Era a mulher que falava mais sua voz parecia mais a de um demônio em fúria. - Quem são vocês? – perguntou Camila.
- Se eu te disser, terei que te matar!
Foi então, que um dos encapuzados que seguravamTamara, percebeu que ela sangrava um pouco no joelho, talvez devido à queda, ficou mais uma vez extasiado, como minutos antes quando estavam prestes a sacrificar a criança, que continuava descontroladamente chorando. Os outros vendo o sangue, também começaram a entrar no mesmo ritmo. Um deles passou a mão sobre o ferimento dela, logo em seguida levando-o a seus lábios para sentir um pouco do sangue.
Camila olhava a tudo horrorizada sim já tinha lido algo sobre uma seita de satanistas, que faziam sacrifícios humanos, em troca de algumas coisas com demônios. Geralmente na hora dos sacrifícios, o espírito dos humanos se retirava, deixando o corpo aberto para receber legiões de entidades do mal. Entrou quase a beira do desespero, não via como sairiam dali livres, sendo que não havia relatos de pessoas que encontraram ou participara dessa seita, e conseguiram sair. Foi ficando tonta, sentia sua visão escurecendo, não queria desmaiar, mas era como se não tivesse mais forças, como se sua vitalidade do nada tivesse desaparecido. Caiu no chão, desmaiada.
Tamara escutou todos gargalharem, sentia calafrios. Era como se estivesse de novo, enfrentando uma segunda viagem ao inferno. Logo as gargalhadas, tornaram-se sons indistintos. Sentiu que as mãos que as seguravam, não estavam mais ali, correu até onde sua nova amiga tinha caído. Olhou para a criança que tinha parado de chorar, a pequena menina também a olhava, com um sorriso estranho nos lábios, veio em direção daTamara, e a tocou no braço. Ela não suportou o contato, algo ruim parecia ter penetrado toda sua pele, e caiu desacordada do lado do corpo de Camila.
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Algumas horas depois Tamara despertou, e viu que Camila também acordava. Estranhamente estava no começo da trilha que tinham encontrado. As duas se olharam por um momento, tentando confirmar, que não estavam loucas. Pela cara de espanto, não precisou de palavras, para saberem que era verdade, que tinham vivido um horror por uns momentos. Deram as mãos e caminharam de volta onde seus amigos, tinham ficado.
- Desculpem a demora gente para voltar. Preocuparam-se? –Tamara perguntou.
- Você deve estar de piada NE Tatá? Não passou nem cinco minutos desde que vocês nos deixaram aqui! – Renan respondeu rindo, achando que as garotas tinham ficado com medo de se aventurarem sozinha no meio daquela mata toda.
- Como?
- Gente, que tal irmos para um bar, não tem nada aqui. – Era Camila que falava, enquanto piscava para sua nova amiga.
Todos concordaram, saindo dali. Foram parar no mesmo bar em que horas atrás Camila e Tamara haviam se conhecido, ficaram até os primeiros raios de sol surgirem conversando e bebendo.
- Bom gente, está na hora de eu pegar minha moto e voltar para casa.
Todos a acompanharam do lado de fora do bar. Tamara a abraçou, e disse:
-Volte para nos visitar!
- Voltarei!
Camila então deu partida em sua moto, onde a velocidade e a brisa fez a esquecer aquele acontecimento estranho, da noite passada. Os outros foram para suas receptivas casas. Ninguém percebeu que uma mulher de túnica vermelha tinha passado o resto da noite os observando no bar.

A lança do destino cap 5 por Camila Bernardini

“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música.”

            Enquanto Sarah e Cassius galopavam para longe daquele vilarejo, os dois experimentavam sensações de leveza, euforia. Sentimentos misturados aos seus pensamentos. Sentiam a imensa magia que os cobriam. Ser diferente naquela época era o mesmo que ser temido. O vampiro temido por fazer parte da noite, e o escuro sempre fez os homens mais corajosos tremerem. Ela por ser sábia conhecedora de coisas que ninguém mais sabia ninguém mais via. E assim cada um com seus pensamentos, percorriam a estrada em silêncio.
            A estrada escura não os assustava, era como se fizessem parte dela. Sarah começou a rir, e o som de sua risada despertou Cassius dos seus pensamentos:
            - O que foi?
            - Não sei, só estou com vontade de rir.
            - Você é mesmo maluca!
            - Os insanos talvez sejam mais sábios...
            - Vamos parar um pouco para os cavalos descansarem e procurarmos um abrigo para ficarmos quando amanhecer.
            - Sim, a propósito o cavalo tem nome é Ágape!
            Cassius apenas sorriu, achava cada vez mais aquela mulher intrigante. Não é a toa que as pessoas a consideravam uma bruxa. E foi então que lembrou que pouco antes da confusão, ela havia entrado em estado de transe. Dirigiu-se para perguntar o que tinha acontecido e novamente ficou surpreso. Sarah com as mãos e a cabeça erguida para o céu dançava.
            - O que esta fazendo?
            - Dance comigo Cassius.
            - Não ouço música alguma.
            - Não ouve o som do vento? O farfalhar das folhas? As cigarras que cantam? Todos eles em uniforme fazem uma bela melodia.
            Ela então se dirigiu ao vampiro que a olhava espantando, o puxou pelas mãos para que ele fosse dançar. No começo ele resistiu, mas logo os dois dançavam. A dança do silêncio. Aos poucos os dois se soltavam mais, junto com a dança riam, sentiam-se leves. Era como se estivessem celebrando algo. Algo profundo, que a mente de poucos entenderiam. Eram dois seres loucos para quem os vissem, e dois seres celebrando magia para quem os enxergassem com os olhos da alma.
            A dança foi interrompida pelo som de trotes de cavalos que se aproximaram rápido. Os dois não tiveram tempo de se esconder ou se quer pensar nisso. Logo cinco soldados montados o cercavam:
            - Veja só, o que um casal faz na estrada há essas horas?
            - Desculpe-me senhor, moramos nas redondezas e resolvemos passear um pouco.
            O soldado os olhou com ar de deboche, pois tinham visto em quanto dançavam feitos loucos. Ficou pensativo por instantes e ordenou a seus companheiros:
            - Mate-os!
            Um dos soldados tentou acertar sua espada no vampiro, que com agilidade conseguiu desviar do golpe. Mal teve tempo de pensar quando novos golpes tentaram acertar-lhe. Mas seu reflexo e sua agilidade inumana fizeram com que ele desviasse de todos prontamente. Ouviu o grito de Sarah e ao correr até ela notou que estava ferida, que sangue escorria de seu braço. Aquele cheiro entrou em sua narina e despertou a fúria, os instintos dele e a fome. Enlouquecido começou a derrubar os soldados de seus cavalos, os golpeando com raiva. Logo tomou a espada de um e o acertou comum golpe certeiro. Os outros soldados recuperados da queda do cavalo avançavam, e um á um foi tombado ao chão.
            Sarah com o braço ferido correu para se esconder atrás de uma árvore, estava tão aflita que nem notou o soldado atrás dela, só sentiu a força de seus cabelos sendo puxado para trás. Ela caiu no chão e seu golpeador colocou seu pé com força sobre o peito dela. Embora sentisse dor não deixou escapar uma lágrima, um gemido. Ele então ergueu a espada para seu golpe final e gritou:
            - Peça perdão a Deus.
            -Você não é Deus para que eu lhe peça perdão.
            O soldado em fúria abaixou a espada para golpeá-la, mas antes que pudesse finalizar foi arremessado para longe. O vampiro correu até o corpo dele caído ao chão com olhos em chamas de ódio. Abaixou junto a ele e em um sussurro disse:
            - Peça você perdão a Deus
            O homem a sua frente tremia, e com a voz fraca disse:
            - Sou um servo dele, não preciso pedir.
            Cassius não disse mais nada. Apenas gargalhou. E foi a última coisa que o soldado ouviu. Os dentes agora cravados em seu pescoço, que perfuravam sua pele e absorviam todo o seu sangue o levaram embora para o vale dos mortos.
            Sarah já havia se recomposto e mexia nas coisas dos soldados mortos. Em uma das malas encontrou pão e vinho que sem nenhuma cerimônia tratou logo de saborear. Estava faminta. Achou também em uma bolsa um pergaminho como selo real da Igreja. Abriu para vero que continha e ficou euforia.
            O vampiro que já se aproximava, após ter juntado algumas espadas notou a euforia dela. Que no mesmo instante entregou a ele o pergaminho. Esperou que lesse e ouviu o que já sabia que ouviria:
            - Vamos para Roma.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A lança do destino cap. 3 e 4 por Camila Bernardini

                Quando novamente a noite caiu, os olhos de Cassius se abriram. Estava em um estábulo.  Levou alguns minutos para lembrar-se da noite anterior. Várias sensações de apoderaram dele. No que tinha se tornado, questionava a si mesmo.
            - Em um vampiro.
            Olhou para a ruiva que estava a um canto acariciando um cavalo preto. A mesma que tinha o salvado na noite anterior.
            - Quem é você?
            - Meu nome é Sarah!
            - Como sabe o que eu sou?
            - Não é a primeira vez que meu povoado é atacado por um da sua espécie.
            - Se sabe mesmo quem eu sou porque não me matou em quanto eu dormia? Acasos não têm medo?
            - Eu o mataria se pudesse.
            - Como assim? Se pudesse?
            - Tenho visões e não posso interferir no seu destino, você tem que cumpri-lo
            - Visões! Você é uma herege! Sua bruxa!
            - Sou tão herege quanto você!  Já que não quer minha ajuda vou embora.
            Sarah virou as costas para o vampiro. Ele com raiva pela a atitude dela, a puxou pelo braço quase a derrubando ao chão. Ela o fitou com desprezo e disse:
            - Se quer minha ajuda terá que ser educado.
            - Ou você me ajuda ou morre! Não tem escolha.
            - E se eu morrer, qual seria a sua escolha?
            Cassius sentiu uma onda de raiva apoderar-se dele. Como ele um soldado poderia ficar nas mãos de uma mulher. Uma feiticeira ainda por cima. Mas naquele momento achou melhor concordar com ela, pois não sabia o que de fato estava acontecendo e precisava de ajuda.
            - Tudo bem, me desculpe pela minha forma rude.
            - Desculpas aceitas.
            - Me conte sobre suas visões.
            - Quando você foi banhado com o sangue de Jesus, foi amaldiçoado. Essa maldição será somente quebrada quando encontrar a lança que usou para feri-lo e destruí-la.
            - Então tenho que voltar onde Jesus foi crucificado.
            - As coisas não são tão fáceis assim, já se passaram dez anos.
            - Como assim dez anos?
            - Dizem que quando você atingiu Jesus, foi para sua casa. E depois de três dias em que ninguém o encontrou foram atrás de você e o encontraram morto.  E já se passaram dez anos desde que isso ocorreu.
            - Isso explica por que achei que tinha sido enterrado vivo.
            Sarah não conteve um riso.
            - Não sei por que Cassius, o fato é que você adormeceu dez anos.
            - Como sabe meu nome?
            - Já disse tenho visões associei minhas visões à história e ao seu nome. O que vi é que você tem que achar a lança.
            - Onde vou encontrá-la?
            - Muitos homens a cobiçaram, o que sei é que esta nas mãos dos romanos. Mas não vejo sua localização.
            Cassius suspirou. Seria uma longa jornada. Mas precisava quebrar a maldição. Não queria ser para sempre excomungado do céu. Em seus devaneios e temores foi desperto:
            - Vou com você, te ajudarei a seguir sua jornada.
            Ele olhou para talvez sua nova aliada, e se perguntou se essa seria uma boa aliança. E o que aquela mulher ganharia em ajudá-lo.

Cap4
            Aos poucos Sarah foi o atualizando de tudo que havia acontecido no tempo em que permaneceu adormecido. Ele ficou abismado que o mesmo dia em que seu corpo foi encontrado e dado como morto foi o dia em que Jesus ressuscitou. Ou pelo menos era o que as pessoas diziam. Ela também lhe contou que os apóstolos tocaram o corpo de Jesus e disseram que era mesmo de carne e osso. Convencidos assim, em levar os ensinamentos que aprenderam com ele a outras pessoas.
            - Mas e quanto à lança Sarah?
            -O que sei é o que os rumores dizem a respeito. A lança ficou com os romanos e muitos acreditam que ela é dotada de poderes mágicos.
            Cassius estava aflito com a falta de informação sobre o artefato que se não salvasse sua vida, talvez salvasse sua alma.
            Olhou para Sarah e notou que os olhos dela estavam vidrados, gostas se suor escorriam de seu rosto. Ele a chamou por diversas vezes, como ela não respondia começou a sacudi-la.
            Assustou-se quando um forte estrondo derrubou a porta do estábulo. Os poucos cavalos que ali estavam relincharam assustados. Olhou para fora e viu uma aglomeração com cerca de dez pessoas co tochas acesas.
            - Só essa que me faltava.
            - È ele, é ele que tentou profanar minha casa ontem. Só pode ter sido ele que matou Maria e veja a bruxa esta com ele.
            A pequena multidão agitava, gritava muitas coisas sem sentido. Cassius apenas entendia que queriam matá-lo. Olhou novamente para Sarah e notou que ela saia do seu transe. Em um ímpeto a pegou, tentando fazer-lhe de refém:
            - Se vocês se aproximarem eu a mato.
            A mulher gorda que parecia liderar aqueles lunáticos e a mesma que não o tinha deixado entrar em sua casa na noite anterior disse:
            - E acha que nos importamos com a bruxa?
            As pessoas gargalharam prontas para invadir o estábulo e acabar com a vida daquele que julgavam serem dois monstros.
            - Os cavalos Cassius!
            - O que?
            - Use os cavalos.
            Cassius não entendeu o que Sarah queria dizer. Estava aflito para sair dali. As pessoas começavam a entrar ali quando uma voz novamente invadiu seus pensamentos “Os animais os obedecem, use-os”.
            O vampiro olhou para os cavalos que relinchavam cada vez mais alto. Seu olhar fez com que os animais se acalmassem. Cassius sentiu u novo poder apoderar-se dele, uma forte energia comandava o seu corpo e tudo ao redor.  Sabia que os animais estavam em transe prontos para obedecerem seus comandos.  Sem pronunciar palavras mentalizou o que queria. Os animais saíram em disparada em direção às pessoas, derrubando algumas no chão, em quanto outras corriam para tentar se proteger e não se ferirem.
            No meio da confusão, não notaram que apenas um cavalo continuava parado. O cavalo preto. Cassius e Sarah montaram nele. Aos poucos os cavalos voltaram a se acalmar e pararam com a confusão. Mas já era tarde o vampiro e sua aliada já haviam fugido dali.

A lança do destino Cap 1 e 2 por Camila Bernardini




Um soldado tomou uma lança e furou-lhe o lado, e saiu sangue e água. Novamente Jesus clamou com alta voz e entregou seu fôlego. E eis que a cortina do Santuário rasgou-se em dois, do alto a baixo, e a terra tremeu, e as rochas se fenderam"

A multidão de pessoas não dispersava. Continuavam ali, com os olhos fixos na cruz em que Jesus estava pregado. Muitos curiosos, esperando que algum milagre acontecesse. Já não bastasse toda dor, humilhação e sofrimento que aquele homem passava, um impiedoso centurião romano abriu espaço entre as pessoas conseguindo ficar bem ao lado da cruz. Seu nome era Cassius. E sem nenhuma piedade ele cravou sua lança em Jesus. O sangue e a água que reverteram do ferimento espirraram em seus olhos e sua face. O guarda se limpou e notou que sua visão que estava antes um pouco embaçada,no qual até sentia medo de perder seu posto, havia voltado ao normal.
            Cassius espantado com sua nova visão sentiu uma ponta de remorso invadir-lhe o peito. Meio tonto com a multidão que agora o cercava, deu um jeito de escapar dali e ir se recolher na sua casa. A lança foi deixada para trás, e logo alguns soldados a recolheram acreditando que aquele artefato era dotado de poderes mágicos.
            Aquela noite já em sua casa ele não conseguia dormir. Sempre que fechava os olhos tinha visões que pareciam vir do próprio inferno. Com fome e cansado de tentar dormir ele foi até a sua cozinha se deliciar com a farta comida. Para sua surpresa após a refeição, uma ânsia repentina o fez vomitar e ficar novamente de estômago vazio. E o pior é que ele ainda sentia fome, mas quanto mais tentava comer mais mal ia se sentindo. Seu corpo estava fraco e mais uma vez deitou para tentar dormir. Adormeceu quando os primeiros raios de sol apareciam para iluminar mais um dia.
            Três dias se passaram e como ninguém tinha noticia de Cassius, alguns soldados da guarda do templo foram procurar por ele em sua casa. Como ele não respondia as batidas, invadiram a casa e ficaram espantados quando encontraram o corpo dele. A pele estava fria e pálida, denunciando sua morte. O curioso é que ninguém soube dizer o que ocasionará a morte dele. O corpo foi enterrado as escondidas para abafar o estranho caso. Já que muitos ainda comentavam sobre a lança que havia ferido Jesus e eles não queriam dar mais popularidade ao caso.
            Os anos foram passando e a lança sendo cobiçada por muitos que a desejam, acreditando que aquele que se apoderasse dela tornar-se-ia o senhor do mundo, dotado dos maiores poderes. Apenas lembravam-se dela e não do soldado que a teve como porte.

Cap. 2
            Dez anos haviam se passado. A vida seguia seu curso normal. Cassius abriu os olhos, e um pequeno tremor percorreu seu corpo. Notou que estava escuro, muito escuro. Sentiu um profundo terror, por instantes acreditou estar cego novamente. Foi então que aos poucos sua visão foi se acostumando com a escuridão. Ao tentar movimentar-se sentiu que estava preso. Apalpou suas mãos para cima e notou que também estava sem saída por ali. O que seria aquilo? Sentia sede, uma sede insaciável. Em pânico começou a bater no caixão e foi ai que se deu conta que havia sido enterrado-vivo. E quando golpeou novamente para tentar se livrar que descobriu sua nova força. Descomunal até para um humano. Mas ele sabia que em momentos de desespero muitos dobravam sua força. E foi então que comum golpe a tampa voou para longe. Terra então caiu sobre ele.
            Quando finalmente conseguiu se libertar de toda aquela terra e levantar-se notou que era noite. E que seus sentidos estavam aguçados. Podia ver com mais nitidez, escutar sons distantes e sentir perfumes carregados pelo vento. Olhou a sua volta e notou que estava em um pequeno campo, logo mais a frente havia um vilarejo. Decidiu caminhar até para pedir comida e abrigo para passar a noite. Quando a luz do dia surgisse tentaria descobrir o que estava acontecendo.
            Cassius chegou ao vilarejo, bateu a porta de uma das casas e logo foi atendido por uma mulher baixa e gorda. A mulher assim que pousou os olhos nele fez o sinal da cruz e seu rosto adquiriu uma expressão de espanto e palidez de quem havia acabado de ver um fantasma. Correu para tentar fechar a porta mais o soldado a impediu:
            - Senhora sei que meu estado é lastimável. Mas preciso de comida.
            A mulher ficou ainda mais apavorada ao ouvir que ele queria comida. Cassius já irritado com a reação dela, com fome, tentou entrar na casa mesmo sem ser convidado. Afinal era um soldado romano e não poderiam negar comida a ele. Ao tentar entrar, porém, uma dor pontiaguda se apoderou do seu corpo e uma voz estranha dizia na sua mente que não podia profanar a casa dos outros. Achou que estivesse tendo alucinações devido à fome. Cambaleou para trás e foi a oportunidade perfeita para a mulher fechar a porta. Olhou furioso para a porta fecha e decidiu partir em busca de outro lugar para se alimentar.
            Em quanto caminhava meio zonzo pelas ruas, olhou para o céu e notou que logo amanheceria. Não sabia por que mas algo o fez sentir um terrível medo. Não podia ficar exposto ao sol. Pensou estar maluco, mas era melhor seguir seus instintos e se esconder. Mas a fome ainda estava o perturbando, o deixando quase louco. Foi então que uma forte brisa trouxe consigo um cheiro doce que logo invadiu suas narinas o despertando para algo, que não sabia identificar o que era. Seguiu em passos rápidos em direção ao cheiro e encontrou apenas uma mulher ferida, sangrando. Seus olhos fixaram no sangue e ficou em êxtase. Sim era aquilo que queria. Imagens vieram atordoar sua mente... Cruz, espadas, lanças, Jesus...
            Os devaneios pararam e ele lentamente se aproximou da mulher. Ela por sua vez começou a tremer, fechou os olhos e juntou as mãos em uma prece. Cassius lambeu o ferimento e o gosto do sangue percorreu-lhe a boca, o corpo e o atirou a um desejo incontrolável. Ele sem pensar em mais nada, perfurou o jugular dela e se banhou ao sangue, se deleitando a cada gota de sangue. Aos poucos foi sentido nova vitalidade. O prazer daquilo lhe dava vida, o deixava forte e a fome saciada. Logo a mulher ferida caiu tombada morta ao chão.
            O dia começava a despertar e o soldado sentiu sua pele arder como se tivesse pegando fogo. Foi quando de dentro de um estábulo uma voz feminina gritou:
            - Entre agora
            Cassius correu entrando no estábulo escuro e se sentiu confortado. Olhou a mulher a sua frente, ela era linda. Cabelos ruivos, encaracolados, olhos verdes, a pele alva, seios fartos. Mas antes que ele pudesse perguntar quem era ela o sono o dominou e adormeceu.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Caixinha de surpresa por Camila Bernardini

A companhia do pequeno apartamento de Bruna tocou. Ela olhou para o relógio e achou muito estranho alguém estar tocando àquela hora da noite. Morava sozinha e não esperava visitas. Ficou indecisa quanto a abrir a porta, mas como a companhia não parava de tocar resolveu atender e mandar quem quer que fosse embora. Para a sua surpresa quando abriu a porta não havia ninguém. Bufou de raiva. Quem seria o idiota fazendo brincadeiras daquele tipo. Já ia fechar a porta quanto notou uma pequena caixinha roxa deixada no tapete da entrada de sua porta. Pegou a caixa e entrou.
Ficou curiosa para saber o conteúdo da caixa e foi logo abrindo para saber o que tinha dentro. Quando viu o que tinha dentro deu um grito apavorado e jogou tudo pelo ar. Suas pernas tremiam com o susto que havia levado. Caiu sentada no sofá e desviou os olhos para onde aquilo tinha caído. Foi então que notou um envelope dourado no chão, provavelmente deveria ter caído de dentro da caixa quando ela jogou. Pegou o envelope com as mãos trêmulas e abriu, dentro continha um bilhete com letras recortadas de revista: “Se ainda quiser ver seu amado Eduardo vivo me encontre daqui uma hora na catedral da Sé”.
Bruna tremia tanto, que levou um tempo até se recompor. Com cuidado colocou o envelope de volta na caixa. E olhou para o chão, ainda com um pouco de receio pegou o dedo cortado que tinha vindo dentro da caixa e agora estava caído no seu chão. Só então notando que o dedo cortado estava com a aliança que ganhara do namorado para selar o noivado deles na semana anterior. Não sabia se isso era coincidência, ou se tinha algo haver com o que acontecia agora. Apressada saiu quase correndo do seu apartamento para encontrar quem quer que fosse o louco que estava por trás disso.
Chegou à frente da Catedral e notou que as portas estavam abertas. Mas um indicio estranho para aquela noite, já que pelo horário a igreja deveria estar fechada há muito tempo. Sem pensar em mais nada, correu até as portas e entrou. O lugar estava vazio e silencioso. Apenas algumas velas iluminavam a igreja. Fez o sinal da cruz e começou a percorrer os corredores lentamente. O coração disparado, olhos atentos para qualquer sinal ou barulho que pudesse dar uma pista do que de fato estava acontecendo. Foi quando notou que em um dos bancos havia outra caixinha roxa. Idêntica a que tinha encontrado na sua porta. O medo de abrir por um instante tomou conta dela, mas sabia que era a única que podia salvar o namorado. Respirou fundo e abriu a caixa. Mas um dedo e um envelope dourado. Dentro do envelope mais um bilhete: “Desça a cripta”. Ela seguiu as instruções e se encaminhou a cripta que estava um breu só. Tudo era silêncio, não fosse a respiração entrecortada que vinha do escuro.
- Eduardo? – Bruna chamou.
- Fuja daqui amor, fuja! – Eduardo gritou em desespero. Não conseguia enxergar sua amada, mas sabia que ela tinha que fugir dali antes que fosse tarde de mais. Antes que aquela... Não, não poderia denominar aquilo de mulher... antes que aquele monstro voltasse.
- Não vou embora sem você.
Bruna andava com dificuldade pelo escuro tentando localizar o namorado. Seguindo a voz dele desesperada pedindo que ela fugisse. Foi quando luzes acenderam e palmas fizeram eco por todo o local.
-Ora, ora... Meus pombinhos apaixonados!
Bruna nem precisou olhar para reconhecer a voz. E por um momento sentiu um fio de esperança. Sabia os argumentos exatos para usar e conseguir escapar dali com vida junto ao namorado. Falou sem olhar na direção da voz:
- Solte o Eduardo. Deixe-nos em paz. Sei que você ainda o ama e não vai machucá-lo mais.
O que ouviu em resposta foi apenas uma gargalhada sinistra.
- Não é mais a Amanda. È um monstro Bruna- Eduardo gritava.
Ela então olhou na direção da voz do seu namorado e o viu no canto de uma parede amarrado. Uma pequena poça de sangue ao redor. E uma das mãos com dois dedos cortados. Correu até ele e tentou soltá-lo das cordas. Foi então que sentiu que a Amanda a puxava pelos cabelos, obrigando a fitá-la. Sentiu uma dor terrível no pescoço devido à posição em que ficou. Bruna congelou de medo ao fitar o rosto da mulher que a machucava. Os olhos dela estavam simplesmente de um vermelho tão vivo que pareciam mais duas labaredas queimando no fogo do inferno. Um arrepio intenso e ânsia de vomito percorreram o corpo de Bruna, quando Amanda lambeu seu pescoço e orelha. E foi a última coisa que sentiu e viu antes da dor intensa no pescoço e de cair sem vida no chão.
- Nãoooooooo – Eduardo gritou
- Tarde de mais – ria a vampira.
- Me mate também.
- Para que te matar? Se deixá-lo viver por toda a eternidade lembrando-se da morte de sua amada será mais divertido.
- não!
- Você não tem escolha
Amanda o mordeu, o suficiente para deixá-lo vivo e o fez beber do seu sangue. Deixaria agora que a transformação dele em vampiro terminasse sua vingança. Levantou, deu uma última olhada em Eduardo que agora se contorcia em dor e foi embora da cripta. O deixando tombado ao chão.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Morgana por Camila Bernardini



Vanessa estava sentada na janela do seu quarto, observando as folhas das árvores, que lentamente balançavam seguindo o ritmo do vento. Olhou para as nuvens no céu, estavam escuras e pesadas. Logo choveria. O dia estava quase que perfeito, não sentia vontade de fazer nada, queria passar o dia todo assim, naquela janela. O seu celular tocou, pelo toque já sabia ser Carlos, sorriu, adorava escutar a voz dele, principalmente logo pela manhã.Falou pouco no telefone, o bastante para deixá-la irritada. Não irritada com Carlos, mas com Morgana, uma mulher misteriosa, que ninguém sabia realmente sua identidade, a única coisa que sabiam dela era que tinha do nada, sentido uma súbita paixão a Carlos, prometendo a ele as loucuras mais ousadas. O que a irritou mais ainda, foi saber que ela disse que a única mulher que servia para ele, era ela mesma.Intrigada sobre essa mulher, Vanessa tentava de todas as formas descobrir o que ela realmente queria, sem, contudo conseguir respostas que não fossem de todo superficiais. Já tinha até procurando uma detive que pesquisou o que pode de Morgana, mas nada verdadeiramente útil.Escutou seu celular tocando, novamente era Carlos



- Tenho uma novidade?



- Qual?



- Vou me encontrar com Morgana, finalmente saberei quem ela é.



- Você me parece muito empolgado, para quem disse não estar interessado.



- Só quero descobrir a identidade dela, não precisa ficar com ciúmes.



- ...tá!



- Vou encontrá-la hoje, naquele apartamento perto do Vila Lobbos.



- Divirta-se!



Vanessa, em um ataque de fúria desligou o telefone na cara dele. Homens, ele poderia até sim amá-la, mas não resistiria aos encantos daquela mulher, que nem tinha coragem suficiente de dizer quem era realmente. Talvez fosse feia! Riu de si mesma, com seus pensamentos infantis de ciúmes, afinal não era assim.



Carlos chegou a seu apartamento, às dez da noite. Estava com uma grande expectativa sobre o que aconteceria naquela noite. Afinal, pelo pouco que teclará pela internet com Morgana, ela parecia ser uma mulher cheia de encantos e com certeza sabia agradar um homem na cama.A campahia tocou, seu coração disparou. Só podia ser ela, que tinha chegado. Abriu a porta, e se espantou com tamanha beleza da mulher a sua frente. Sua pele era alva, branquinha como a neve, lábios carnudos e vermelhos, olhos de um tom azul que pareciam lentes. Seus cabelos negros, compridos desciam por toda sua cintura. Ela estava vestida com uma mini saia preta de couro, que deixavam a mostra suas pernas bem torneadas, fazendo com que aumentasse seu desejo por ela, usava um corpete vermelho, bem coladinho ao corpo, que mostrava muito bem suas curvas e seus seios bem fartos.



- Então vai me convidar a entrar ou não?



- Me desculpa, entre.



Carlos respondeu meio sem graça, ficou tempos a admirando na porta, quase que hipnotizado, que se esqueceu de convidá-la.Morgana sorriu ao escutar o convite e entrou mesmo seu salto sendo agulha não fez barulho no piso de madeira, era como se com sua leveza flutuasse, e não caminhasse como o resto dos mortais. Nem poderia como uma beleza tão exótica como aquela poderia ser comparada com um ser qualquer.



-Sinta- se em casa minha ninfa.



Ela apenas jogou um olhar para Carlos, foi até a estante da sala onde estavam os CDs. Pegou um do Eric Clapton, e colocou no aparelho, escolhendo a faixa doze cocaine! Começou a dançar insinuando-se para Carlos, e aos poucos tirando sua roupa. Ele assistia tudo, sem nem sequer conseguir desviar o olhar. Sabia que tinha prometido a Vanessa, não traí-la, mas a tentação era forte.Morgana então se aproximou de Carlos, o beijando, um beijo quente e prometedor, enquanto suas mãos escorregavam por entre as pernas dele. Ele a pegou no colo estranhou por um momento sua pele fria, mas o desejo continuava forte, e a levou para seu quarto, a deixando deitada em sua cama. Ela o puxou para si com muita força, beijando levemente seu pescoço. Carlos estremecia a cada toque. Quem seria aquela mulher que o estava deixando louco? Foi então que sentiu leves mordidos em seu pescoço, e uma dor pequena vindo de onde ela o mordera, passou a mão em seu pescoço, viu que algo escorria dali. Levou a mão onde pudesse ver sangue! Assustou-se, tentou levantar da cama.



- Tarde de mais, meu Lord!



Morgana o derrubou, para que ficasse deitado na cama, e subiu em cima do seu corpo, prendendo as mãos dele para cima, assim não teria movimento, enquanto ela sugava seu sangue. Mesmo a beira da morte, Carlos não entendia como podia sentir tanto prazer, ao ponto de gozar. Ela sorveu a última gota de sangue, o deixando morto na cama. Sorriu, homens sempre eram presas fáceis de mais.



Vanessa sabia que não conseguiria passar a noite em sua casa, pertubada e com medo que por outra maldita mulher, Carlos a largasse. Nunca fora insegura desse jeito, não sabia o que estava realmente acontecendo, mas mesmo achando errado decidiu de que iria atrás dele no apartamento. Afinal, ela também tinha curiosidade em saber quem era Morgana. Pegou suas chaves e saiu.Chegando ao apartamento, o porteiro que já a conhecia, deixou-a subir normalmente. Vanessa pegou o elevador com o coração levemente disparado, era uma mistura de ansiedade com angústia sem fim. Chegando ao andar destinado, bateu na porta, para sua supressa e maior mal humor, quem abriu a porta foi a cuja mulher, que a deixara nesse estado de insegurança. Olhou muito tempo para Morgana, realmente bela.



- Onde está Carlos?



Morgana não respondeu, aproximou-se de Vanessa, que estremeceu com o quase contato. Ficou assim perto dela, levou suas mãos ao cabelo de Vanessa e o acariciou, descendo pelo pescoço, escorregando por seus seios, até ir para as pernas, onde a mão podia passear livremente, já que o vestido tornava as coisas mais fáceis.Vanessa tentou se afastar, mas nunca sentiu tanta excitação, com o toque de alguém. Será que todo esse tempo ela gostava de mulher e não sabia? Morgana, voltou as mão acariciando os lábios dela, e dessa vez o toque foi correspondido. Vanessa afastou as mãos a beijando com violenta fúria, e paixão. As duas se amaram ali mesmo na entrada da porta do apartamento. Vanessa se entregando aos mais diversos toques, descobrindo mais sobre seu corpo e seus desejos. Exaustas, caminharam até o sofá da sala onde deitaram.



- Minha doce criança.



Vanessa olhou para aquela voz tão doce, e ao escutá-la sentiu vontade de beijar Morgana novamente, ela porém afastou os lábios, o encostando no pescoço de Vanessa. Cuidadosamente sugou um pouco de seu sangue, fazendo assim com que as duas entrassem num orgasmo, cheio de explosões de prazeres inimagináveis.As duas então adormeceram abraçadas. Vanessa então esqueceu seus reais motivos de ter ido até ali, estava completamente apaixonada por aquela vampira. E sim, a alimentaria sempre, depois de se amarem